quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Microsoft Kinect usado para Pirataria do Bem

Agora o Kinect fez de novo, combatendo um inimigo implacável: a Usura.

Alguns museus adoram compartilhar seu acervo, outros fazem de tudo para impedir que o visitante aprecie as peças expostas. Da última vez que fui no Museu Nacional no Rio de Janeiro era proibido tirar fotos MESMO SEM FLASH. Imagino que seja uma medida correta, afinal de contas o Meteorito de Bendegó, depois de entrar na atmosfera a 40 mil km/h e acertar o Brasil com a potência de um artefato nuclear será irremediavelmente danificado se for fotografado com Flash. Ou sem.
A usura no caso é do museu Neues, na Alemanha. Eles estão se recusando a liberar modelos 3D de uma de suas peças mais raras, considerada, depois da Pedra da Roseta e da máscara de Tutancamon, a peça mais preciosa de arte egípcia: o busto de Nefertiti.

Esculpida em 1345 AC e descoberto em 1912, foi surrupiado para a Alemanha, onde permanece até hoje, apesar dos protestos do Egito pedindo a peça de volta e Berlim respondendo no hablo su idioma, señor.
O tal museu não quer compartilhar algo muito importante: os scans 3D do busto. Isso é pura usura, o Smithsonian tem um portal só para compartilhar scans de suas peças, e o Museu Britânico fez uma maratona com os visitantes, usando software da Autodesk e celulares para escanearem o máximo dos objetos que conseguirem.


Entra aqui uma dupla de artistas, Nora Al-Badri e Jan Nikolai Nelles. Eles resolveram “liberar” a Rainha Nefertiti. Usando um Microsoft Kinect e um laptop disfarçados debaixo das roupas, os dois invadiram (ok, entraram como visitantes) o museu e sub-repticiamente escanearam a escultura, em detalhes, em muitos detalhes.

O arquivo com os scans “liberados” pode ser baixado da página do projeto, e várias instituições de pesquisa já pediram permissão para usar os scans, que também estão disponíveis via torrent.
Fonte: Hyper Allergic.



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