Cientistas do MIT, nos Estados Unidos, criaram uma filmadora tão rápida que até a luz pode ser vista se movimentando em câmera lenta.
A câmera captura imagens a uma velocidade de 1 trilhão de quadros por segundo. Isto é suficiente para filmar a luz atravessando uma garrafa de refrigerante, como que "enchendo a garrafa de luz", com alguns raios caminhando de volta para o fundo da garrafa depois de refletirem-se na tampinha .
A câmera mais rápida do mundo até agora atingia 6 milhões de quadros por segundo, usando raios lasers e sem usar um CCD. A nova câmera também não tem quase nenhuma similaridade com as filmadoras tradicionais - ela é baseada em uma nova tecnologia chamada câmera de listras.
Câmera elétrica
A abertura da câmera super rápida, por onde os fótons entram, é uma fenda muito estreita. Após a fenda, os fótons passam por um campo elétrico que os faz virar na direção perpendicular à fenda. Como o campo elétrico varia muito rapidamente, ele deflete menos os fótons que chegam primeiro, e mais os fótons que chegam logo depois.
Assim, a câmera produz uma imagem que é bidimensional, mas apenas uma das dimensões é espacial - a dimensão correspondente à direção da fenda.
A outra dimensão, correspondente ao grau de deflexão dos fótons, corresponde ao tempo. Assim, a imagem representa o tempo de chegada dos fótons passando através de uma fatia unidimensional do espaço.
O resultado é que a imagem capturada em cada exposição corresponde a apenas uma faixa da cena - ou uma linha vertical de pixels.
Imagens superpostas da face esférica das ondas de luz refletidas pelas
superfícies que estão sendo filmadas - este é um dos quadros da filmagem da
câmera de 1 trilhão de quadros por segundo.
Câmera de listras
Essa estranha, mas rapidíssima câmera, será muito útil em química e biologia, em experimentos que observam a luz que atravessa ou que é emitida por uma amostra. Como, nesses casos, os cientistas estão interessados nos comprimentos de onda da luz que a amostra absorve, ou como a intensidade da luz que a amostra emite varia ao longo do tempo, o fato de que a câmera registra apenas uma dimensão espacial é irrelevante.
Mas é possível também capturar imagens completas de uma cena, desde que seja uma cena estática. Para isso, a captura de cada imagem deve ser repetida inúmeras vezes, deslocando ligeiramente a câmera para que ela capture uma linha vertical de pixels a cada exposição - é daí que vem o nome da tecnologia, câmera de listras.
Por exemplo, a luz entra e sai da garrafa de refrigerante em cerca de 1 nanossegundo, mas leva cerca de uma hora para coletar todos os dados necessários para fazer o filme.
Atc.
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